Três Suicídios em dois Dias e a Cobrança por Ações do Governo Estadual
Nos últimos três dias, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) enfrentou uma sequência trágica de suicídios entre seus membros, com três policiais tirando a própria vida. Este alarmante índice reacendeu o debate sobre as condições de trabalho e o apoio psicológico oferecido aos profissionais da segurança pública no estado.
Em um intervalo de poucas horas, na última terça-feira (21 de maio), dois sargentos da PMMG cometeram suicídio dentro de batalhões da corporação em diferentes cidades mineiras. As mortes de um único dia representam 12,5% do total registrado em 2022, quando 16 policiais militares se suicidaram no estado. Este dado, fornecido com exclusividade pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública ao jornal O TEMPO, evidencia um aumento de 50% em relação ao ano anterior, quando foram registradas oito ocorrências do tipo.
Os suicídios ocorreram em um momento crítico de mobilização das forças policiais de Minas Gerais, que estão em campanha por reajuste salarial e melhores condições de trabalho. Representantes da categoria apontam que a falta de resposta às suas demandas contribui para o crescente adoecimento mental entre militares, policiais civis e policiais penais. A pressão, a carga de trabalho excessiva e a falta de suporte psicológico adequado são fatores que agravam a saúde mental desses profissionais.
Em resposta às tragédias recentes, o Centro Social dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar de Minas Gerais (CSCS-PMBM) cobrou publicamente uma posição do Comando da Polícia Militar e responsabilizou o Governo Estadual pelo descaso com os profissionais da segurança pública. O Centro Social argumenta que as condições precárias de trabalho e a falta de apoio psicológico têm um impacto direto na saúde mental dos policiais, levando a situações extremas como o suicídio.
