Um Sonho ou um Pesadelo?
Ingressar na Polícia Militar de Minas Gerais é um ato de coragem e entrega. Desde o primeiro dia, somos forjados no aço, enfrentamos sol e chuva, lidamos com o medo e nos submetemos a riscos diários para proteger a sociedade — muitas vezes à custa da própria vida. Mas, ao longo dessa jornada, o que recebemos em troca? Salários defasados, promessas vazias e um governo que nos trata como descartáveis.
O governador Romeu Zema se orgulha em dizer que Minas Gerais é o melhor estado para se viver e que temos a melhor polícia do Brasil. Mas como pode uma polícia ser a melhor se seus profissionais são desvalorizados, sobrecarregados e abandonados? Usam-nos como propaganda, mas nos negam o básico: um salário digno, condições de trabalho adequadas e respeito.
Quantos mais precisarão morrer para serem reconhecidos? Hoje foi o Soldado Mateus, tentando salvar um suicida. Ontem, o Sargento Fábio foi a vítima. O Sargento Dias foi abatido e, como tantos outros, caiu no esquecimento. Chegamos à aposentadoria com sequelas físicas e psicológicas, marcados pela depressão e pelo descaso. O tempo não volta, e quando percebemos, fomos usados e descartados.
Governador Romeu Zema, sua gestão nos transformou em meros números. Mas não somos números, somos pais, mães, filhos e irmãos. Exigimos respeito, valorização e dignidade. Não aceitamos mais sermos tratados como ferramentas descartáveis. Enquanto o senhor se orgulha de Minas, nós carregamos o peso de uma carreira sacrificada e de vidas perdidas no anonimato.
Centro social dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiros Militares de Minas Gerais.